Não será da ordem natural das coisas, mas é bem provável que seja da ordem natural das ideias, sobretudo das ideias políticas: a melhor crítica vem sempre dos dissidentes. Cinco anos depois, as brechas no grupo dos neo-conservadores que delinearam a política internacional da administração Bush (pré e pós 11 de Setembro) são mais que muitas. Fukuyama é o exemplo mais mediático, mas não é o único. O que apenas quer dizer que é urgente, cada vez mais, repensar as estratégias globais de luta contra o terrorismo. Mas nestas questões pensar não é fácil: qualquer passo que se dê, e há sempre quem vocifere ou “anti-americanismo” ou “imperialista dos interesses do petróleo”. E mesmo quem deu algumas provas no passado, desliza com alguma facilidade para a acusação simplista. Veja-se a entrevista que Paulo Tunhas concede ao Miniscente. Onde Impasses foi um livro sério, concedendo aos seus adversários o máximo que lhe era possível conceder, e fazendo o seu próprio caminho sem nunca escamotear as aporias com que se confrontava — e por isso foi um livro que me senti obrigado a ler, para pôr à prova a minha posição, bastante contrária à dos autores —, a entrevista é de uma sobranceria sem nome, que julga sem mesmo ouvir. Se a entrevista é uma homenagem ao 11 de Setembro, o mínimo que posso dizer é que Paulo Tunhas filósofo, co-autor com Fernando Gil, merecia mais de si mesmo.
Impasses
Luís Mourão
11.9.06 |
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