Não, a nossa vida não é suficientemente longa para tal. Não conseguirás ultrapassar essa “distância de delicadeza” com que o passado te deixa partir, mesmo que o não queiras. Não possuis as memórias, apenas as visitas de vez em quando. Deslocam-se dentro desse “fosso incendiado”, alheias a horários ou conveniências. Resistem. Resistem sempre mais. Às vezes recordas, e tens quase a certeza de que não foi assim mas de outro modo um pouco diferente. Mas já não sabes como. Outras vezes incendeiam-te por breves segundos e pensas que não aguentarás aquilo que já sabes que ultrapassaste. Não, a nossa vida não é suficientemente longa para tal.
[depois do fim, 21]
Luís Mourão
6.9.06 |
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