É esse o curso da natureza, dizem. Um a um partirão. Os que estavam cá quando cheguei. Os que fizeram disto a casa que habitei. Um a um partirão, já partiram. Os que me chamaram até às fronteiras onde foram. Os que legaram tudo, e tudo deixaram ainda para ser descoberto. Como uma dádiva, uma tarefa, um encolher de ombros. É também esse o curso da natureza, dizem. Talvez. Por isso outros chegam — tão novos. Deveria ser a mesma coisa, mas não é. Visto de fora, será. E compreendo muito bem que seja. Só pode ser, está certo que seja, ainda bem que é. Mas não para mim, não para quem já chegou e começa a perceber um pouco melhor o lugar nenhum por onde partirá. Mas esse é também o curso da natureza, dizem ainda. E só podem estar certos, eu sei que só podem estar certos. Eu sei. Estão certos. Mas curioso como o desajuste nunca se acerta. Nunca. Tão curioso. Nunca. Quase nunca. Não importa.
A Leitora, no seu infinito particular (XXX)
Luís Mourão
27.11.06 |
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