Prefiro os f.d.p. rasteirinhos, sacanas e hipócritas: sabem que são mesmo f.d.p., estão dispostos a negociar alguma razoabilidade, e percebem quando o outro diz que há coisas inegociáveis. Já os f.d.p. que se têm em alta consideração moral, que agem em nome dos sacrossantos princípios, cada um mais escorregadio e conforme ao rebuscado das conveniências, mas sempre com o cuidado de taparem todas as brechas por onde fosse possível que enchergassem o triste espectáculo deles próprios — esses assustam-me. Um pouco de poder, e ei-los salivando por mais poder. Mesmo que seja uma coisa de caca, ali nos confins da província, um reino de uns quantos metros quadrados e algumas cabeças obedientes. Mas não foi assim que começaram todos os grandes ditadores? Não, Hitler não foi uma excepção. A excepção foi o tempo e as circunstâncias. O que admira é não ter havido mais ao longo da história — mas se calhar eu sei é pouco de história. Se calhar é isso.
Psicopatologia da vida quotidiana
Luís Mourão
21.11.06 |
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