Um pouco da inútil realidade, a epifania segue dentro de momentos # 2

Cá está outra coisa de que eu não percebo nada, já não tenho tempo para vir a perceber, nem verdadeiramente quero perceber: gramática.
Sempre estranhei a persistência de algumas ideias que a prática desmentia a cada minuto. Por exemplo: a ideia de que saber gramática era indispensável para escrever bem. Tive um litígio com a minha professora do quarto ano (agora é o oitavo) a propósito disto. Cheguei a pegar nos exercícios da turma, para mostrar que os que tinham boas notas na “Redacção” tinham sempre notas mais baixas no grupo da gramática, às vezes até tinham notas negativas, como no meu caso. Mas a professora era ela.
Ou essa ideia ainda mais delirante, muito em voga na minha faculdade, de que saber latim era indispensável para se escrever bem.
A verdade é que tirando declinações verbais e alguns casos de formação de palavras ou de uso de proposições — tudo coisas que um simples prontuário ou a boa leitura elucidam facilmente —, nunca vi grande utilidade em saber o que é uma oração relativa e coisas assim. Claro que o estudo estilístico, de obras literárias ou não, é outra coisa.
Mas esta introdução à nova terminologia linguística para os ensinos básico e secundário, vulgo TLEBS, já está a ficar grande. E agora vai chegar o técnico do gás, para mudar todos os tubos e condutas, que esses têm prazos de validade e todos os cuidados são poucos. Se não houver acidentes, volto mais logo.

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