"Não existe qualquer indício na obra de Ibsen de que ele tenha compreendido o valor desta «não profundidade», desta «superfície». Que importa? A sua obra final e mais importante é, toda ela, uma descoberta da superfície e isso chega e sobra.
A parte final e mais importante da obra de Ibsen — aquela em que Ibsen «descobre a superfície» — é para alguns (Weininger) a parte «burguesa», menor, de renúncia, em contraste com a plasticidade orgulhosa e «volumosa» do Peeer Gynt e das líricas. Este erro de avaliação durará enquanto durar o erro de considerar as trevas mais profundas do que a luz, a profundidade mais profunda do que a superfície.
O próprio Ibsen sofria da ilusão da profundidade. Esta ilusão nunca se varreu da sua cabeçorra maciça e hirsuta de northmann. Essa ilusão levou-a ele consigo para a tumba e, lá em baixo, continua certamente a atormentá-lo — o grego desce para a sepultura limpo, despido de recordações, de nostalgias, de ilusões."
A parte final e mais importante da obra de Ibsen — aquela em que Ibsen «descobre a superfície» — é para alguns (Weininger) a parte «burguesa», menor, de renúncia, em contraste com a plasticidade orgulhosa e «volumosa» do Peeer Gynt e das líricas. Este erro de avaliação durará enquanto durar o erro de considerar as trevas mais profundas do que a luz, a profundidade mais profunda do que a superfície.
O próprio Ibsen sofria da ilusão da profundidade. Esta ilusão nunca se varreu da sua cabeçorra maciça e hirsuta de northmann. Essa ilusão levou-a ele consigo para a tumba e, lá em baixo, continua certamente a atormentá-lo — o grego desce para a sepultura limpo, despido de recordações, de nostalgias, de ilusões."
Alberto Savinio, Vida de Henrik Ibsen
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