- Quando a chuva vier, então.
- Dizem que pode ser já hoje à tarde, mas amanhã e quarta é quase de certeza. Recapitulemos, Leitora, a ver se se faz o post.
- Comecei pela voz, tudo se resume à voz. Aquele casulo em que ela ressoa, tanto melhor quanto mais intrauterino.
- Sim, porque há várias espécies de melancolia, e esta não é cósmica, não é a melancolia dos grandes espaços abertos ou da noite sideral, é a melancolia de um quarto pequeno, chuva lá fora ou pelo menos inverno rigoroso, é uma voz quente e cheia mas melancólica, sem heroicidade.
- Estranhei os duetos, sabes? Mas com a Lhasa até funciona bem. Mas estranhei, não é o tipo de voz que faça companhia. Mas estranhei sobretudo estar a ouvir esta música no verão. É uma música que exige frio, para nos aquecermos com ela. Suponho que será um dos paradoxos de alguma melancolia, que ela aqueça os corações. Tu que achas, Luís?
- Talvez chova amanhã. Então saberemos melhor. Ou então guardamos para o Outono. Curioso é que com a música clássica e mesmo com o jazz não sinto tanto esta ligação atmosférica. Bom, no jazz um pouco. Quero voltar ao Rubacalba, mas com este tempo parece que só o frio muito nocturno se lhe adequa.
- Quando a chuva vier, então.
A Leitora, no seu infinito particular (XXI)
Luís Mourão
12.6.06 |
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