Pássaros e blogues (2)

Hoje, os pássaros não me acordaram. Mais cansaço meu, ou encontro deles numa outra praceta, que também têm os seus itinerários muito próprios. (Muito próprios? gosto de imaginar que sim.) Barulho longínquo de um alarme em fim de bateria. Mais perto, piar espaçado de pássaros novos - ninhos? Por certo. Mas invisíveis a quem está aqui apenas de passagem. Há uma poética das grnades cidades, eu sei. Senti-o mais noutras, talvez por Lisboa me ser sobretudo uma cidade instrumental. Excepto quando por uma fresta do Bairro Alto se vê o rio. Mas não tenho tempo de olhar. Fica o cheiro. No primeiro dia é tónico: cheiro pesado, óleo, água escura e flores fortes. Depois cansa e começo a desejar o cheiro do mar ao norte: sal áreo atravessado de pinheiros.
Sim, eu sei: cidade lavada de luz, e um cheiro diferente conforme o termo de comparação. A luz, ainda estou a aprendê-la. Arpad ajuda bastante. Mas o cheiro... Amanhã já estarei junto ao meu mar.

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