Somethin' else

Uma vez ao ano, pelo menos, tomo esta outra coisa. Não preciso de decidir quando, ela vem ter comigo. Nem pergunto porquê, ela lá sabe. Agora foi a seguir à trovoada e à chuva torrencial no meio da noite de ontem. Escritório, carro, jogging — roda interminável. Umas termas, um retiro, qualquer coisa assim. E a vida continua por sobre isso. E cada vez mais a certeza de que há uma linha recta daqui a Kind of blue (que também me acontece pelo menos uma vez ao ano). Não que isso interesse muito, ou que eu saiba dizer musicalmente porquê, mas há. Qualquer coisa de melancólico mas não choramingas, de espaço aberto mas não perdido, de finito mas não aflito. E como vai começar a faixa entre as faixas, digo só o nome (que é todo um programa) e calo-me: “Dancing in the dark”.

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